No ano de 1945 os professores da escola pública primária começaram a
se organizar em associações. Em 1990, as associações dos profissionais
da educação básica passaram a formar a Confederação Nacional dos
Trabalhadores em Educação - CNTE, quando várias Federações setoriais da
educação unificaram-se em uma mesma entidade nacional e a CPB -
Confederação dos Professores do Brasil tornou-se a CNTE, com a filiação
de 29 entidades.
Hoje a CNTE tem 48 entidades filiadas, representa mais de 2,5 milhões
de profissionais da educação básica pública no Brasil e é a segunda
maior confederação do país, sempre em defesa de uma escola pública de
qualidade com valorização para os professores e funcionários.
Com sede em Brasília, as instâncias da CNTE são subordinadas a um
Congresso Nacional, articulando as demandas dos trabalhadores em
educação do país em um esforço conjunto. Tem coletivos de diversos
temas, reuniões frequentes e uma forte agenda de manifestações,
mobilizações e participação política, sendo filiada à Internacional de
Educação e à Confederação de Educadores Americanos. A atuação
internacional é muito forte. A CNTE participa ativamente da discussão de
políticas públicas em comissões internacionais e está representada na
OIT - onde o secretário de finanças da CNTE, Antonio Lisboa, faz parte
do órgão gestor - e em outras organizações mundiais, em uma busca
permanente por integração e troca de experiências. Tudo para alcançar
uma educação pública de qualidade no Brasil.
“Tudo isso por conta da importância que a CNTE tem, tanto na questão
de organização, com as características como a nossa, no ponto de vista
do debate democrático, das relações sindicais, no enfrentamento das
políticas neoliberais que causam muitos problemas na valorização dos
profissionais da educação. A CNTE tem uma participação muito importante,
que mostra que aqui no Brasil temos um debate aprofundado sobre vários
temas”, destaca o presidente Roberto Leão.
Ainda de acordo com Leão, é possível notar uma mudança de
comportamento dos trabalhadores em relação ao seu papel como educadores:
“Nos debates sobre as questões pedagógicas nós temos hoje a busca da
construção de uma pedagogia latino-americana. Além disso, a CNTE ocupa
hoje um cargo importante na Internacional de Educação. A Juçara Dutra
Vieira, ex-presidente da CNTE, é vice-presidente mundial da
Internacional da Educação. Temos a Fátima Silva, secretária de relações
internacionais da CNTE, como vice-presidente da Internacional da
Educação na América Latina. Eu já ocupei cargos na executiva da
Confederação dos Educadores Americanos (CEA) e levamos para as
atividades fora do país propostas que foram absorvidas. Nós que levamos
para a IE a concepção que os funcionários da educação são trabalhadores
em educação, são educadores. E isso está gerando um debate muito grande
em outros países, tanto na América latina, quanto na Europa”, conta o
presidente.
A base da CNTE é formada por uma grande maioria de mulheres, tem
papel propositivo e busca a garantia dos direitos sociais e a ampliação
dos espaços de cidadania. Roberto Leão reforça que a pauta da entidade
inclui carreira, piso salarial profissional nacional, jornada de
trabalho e financiamento da educação, entre outros pontos fundamentais
para a melhoria da escola, articulando as demandas dos trabalhadores em
educação do país em um esforço conjunto.
“São 25 anos de uma luta muito grande, de uma visão de classe,
responsável por unificar as lutas e fazer com que tivéssemos mais força
para obter a melhoria da educação pública brasileira. É um ano muito
importante para nós”, completa o presidente da Confederação.
Durante 2015, o material institucional da CNTE vai ter um selo comemorativo, que relembra os 25 anos de unificação.