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Público presente na II CEEAS. |
Durante a sua palestra na II
Conferência Estadual da APLB-Sindicato, na manhã do dia 16, o
coordenador licenciado da entidade, Prof. Rui Oliveira, alertou a
categoria, para a necessidade de organização dos profissionais da
Educação para participarem das comissões que vão discutir e elaborar o
Plano Municipal de Educação - PME pelo interior do estado e também no que diz
respeito ao PNE. “Esse debate que começa com o PNE, mas que
inclui também os planos de carreira e a disputa política daqui a dois
anos é tarefa nossa, senão os prefeitos vão contratar consultorias para
fazer este trabalho. Temos que tirar esta diretriz nesta II
Conferência”, enfatizou o educador que falou sobre O PNE na perspectiva
da valorização dos profissionais da educação, que destacou a grande
capilaridade da APLB no estado e defendeu a maior representatividade da
categoria no âmbito da política institucional.
“Se tivermos unidade, podemos eleger os prefeitos e muitos vereadores em pelo menos 300 municípios baianos”, prevê.
A palestra de Rui Oliveira está
inserida na mesa que debateu o PNE e os Seus Desafios, coordenada pela
professora Valdice Edington, com relatoria dos professores Jurandir
Gregório e Gercyjalda Rosa Silva. O debate teve também palestra da
professora Marlene Santos, da Faculdade de Educação da UFBA, que abordou
A Educação Infantil em Novas Perspectivas.
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Professora Marlene Santos - UFBA |
A especialista que coordena o Fórum
Baiano de Educação Infantil, disse que este é o segmento de menor
prestígio nos projetos de educação dos governantes do nosso país e disse
que apesar da meta de universalização da Educação Infantil, com
garantia da oferta de educação de qualidade para todas as crianças, a
maior parte delas ainda está escola fora da escola e são facilmente
identificáveis: são pobres, moram no campo, nas periferias das grandes
cidades, deficientes.
Marlene que realiza um projeto de
assessoramento técnico-pedagógico aos municípios que aderiram ao
Proinfância, programa que garante verbas do governo federal para a
reestruturação e aparelhamento das unidades educacionais, apresentou
dados sobre o panorama da Educação Infantil na Bahia, estado que ainda
apresenta índices muito tímidos no setor.
“O desafio da ampliação da matrícula é
real. Por isso, temos que avançar na formulação de projetos que visem à
ampliação da matrícula e do atendimento das crianças pequenas (hoje
apenas 0,6% delas são atendidas) no âmbito das políticas públicas”,
sugeriu.
Depois de citar números sobre os
percentuais de crianças matriculadas por fixa etária, a formação os
docentes que atuam no setor(somente 50,2% têm ensino superior), tipo de
vínculo dos profissionais e situação das unidades, a especialista disse
esperar que os indicadores apontados por ela sejam considerados pela II
CEEAS na elaboração de proposições e metas para a construção de uma
educação infantil de qualidade no estado da Bahia.
Valorização profissional depende de organização e luta.
A professora Maria Antonieta Trindade,
vice-presidente do Sindicato dos trabalhadores em Educação de Pernambuco
e Secretária de Saúde do Trabalhador da CNTE, destacou que a ampliação e
universalização do acesso ao ensino, antes um privilégio das classes
mais abastadas, trouxe também o processo de desconstrução da escola
pública, a exploração dos trabalhadores e o aviltamento das condições de
trabalho. “Ao remunerar mal os profissionais da educação os governantes
impedem a liberdade de crescimento intelectual, intensificam a
subserviência e acabam com a autoestima. Isto mantém estes que
representam um terço dos trabalhadores do Brasil fragilizados e presos a
esta política dominante”.
A sindicalista afirmou que este
panorama tem propiciado o aumento das doenças coletivas entre estes
trabalhadores, especialmente na área de saúde mental, que se manifesta
em síndrome do pânico, mania de perseguição e quadros depressivos.
“Estas doenças não são inerentes à profissão, são decorrentes da falta
de valorização profissional, excesso de trabalho e exaustão pelo
atendimento a vários vínculos e jornadas, além da dos gestores sobre os
trabalhadores para alcançar índices altos no Ideb”, diagnostica a
especialista, acrescentando que para mudar esta realidade só há um
caminho: organização, unidade e luta.
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Guelda Cristina - Secretaria de Funcionários - Sintep-MT |
Guelda Cristina Oliveira Andrade,
Secretaria de Funcionários do Sintep-MT, que falou sobre a valorização
dos profissionais da educação com ênfase na profissionalização dos
funcionários de escola, também defendeu a unidade e trabalham
organização política da categoria. “Não podemos nos dividir. "Todos os
atores que na escola precisam estar em sintonia para fazer a educação”,
defendeu.
Ela assinalou que o Profuncionário
aconteceu em decorrência da luta da CNTE e do fato de termos um
presidente progressista no poder, no caso o ex-presidente Lula, pois o
projeto foi votado depois de muitos anos de luta dos trabalhadores.
“Temos que ter em mente que a formação não só forma, mas
transformar a postura do profissional da educação. Para isso é preciso
educar na dimensão da construção da cidadania politizada, aprender a
compartilhar o espaço de trabalho, alicerçado no respeito às diferenças
de uma identidade social e profissional”.
Guelda encerrou a sua participação
deixando uma reflexão para a plenária: “Neste momento em que estamos
prestes a participar do processo eleitoral é preciso observar e votar
não em pessoas, e sim naqueles projetos que atendam aos anseios da
classe trabalhadora”.
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Público presente |
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Enilda Mendonça - APPI/APLB - Contribuição na II Conferência. |
Antes do inicio dos trabalhos, a
professora Issael Kianda Machado apresentou a performance Mãe, Mulher,
Maria, com recital e textos de diversos autores exaltando a força da
mulher e a defendendo a igualdade de gênero.
Fechando a II Conferência, os educadores aprovaram o documento A Educação que a gente quer para a Bahia, contendo as demandas da categoria para o setor, que será entregue pela APLB-Sindicato aos candidatos ao governo do estado.
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