Durante o mês de maio realiza-se em muitas cidades
brasileiras e também em algumas de paises vizinhos uma grande
mobilização em defesa de um trânsito seguro e previsível denominado MAIO
AMARELO.
Essa iniciativa, genuinamente brasileiro, veio na esteira dos bens
sucedidas campanhas mundiais na área de saúde conhecidas como Outubro
Rosa (combate ao câncer de mama) e o Novembro Azul (combate ao câncer de
próstata).
Mas porque Maio Amarelo para combater a violência no trânsito se isso não é uma doença?
Bem, o que equivocadamente chamamos de “acidentes de trânsito” (que de acidental não tem nada)
pode não ser uma doença convencional do organismo e tão pouco
transmitida por vírus ou bactéria. Mas pelo seu alto grau de
morbimortalidade pode ser considerado um gravíssimo problema de saúde
pública e que exige todo o arsenal de combate normalmente utilizado pela
área médica como, por exemplo, vacinas (campanhas de orientação e ações preventivas), tratamento específico, raído e eficaz (educação +fiscalização + punição) e acompanhamento permanente, para evitar “recidivas”!
E porque o mês de maio?
Bem, porque foi nesse mês, exatamente no dia 11 do ano de 2011, que a
ONU lançou um pacto mundial, assinado por mais de 190 países,
denominado DÉCADA DE AÇÃO PELA SEGURANÇA NO TRÂNSITO 2011 – 2020, com a
audaciosa meta de reduzir em 50% as mortes e lesões provocadas pelo
trânsito.
E se ainda cabe mais uma pergunta que mereça uma resposta razoável é: Porque a cor amarela?
Simplesmente porque, no trânsito, o amarelo é a cor da advertência e da atenção.
O MAIO AMARELO pode ser considerado, portanto, como um legítimo
movimento internacional de prevenção e conscientização para redução da
violência no de trânsito, que pretende reduzir essa tragédia previsível –
e por isso mesmo evitável – que mata todos os anos mais de 50
mil pessoas nas ruas e estradas brasileiras, deixando um gigantesco
exército de sequelados irrecuperáveis.
Se ainda há alguma dúvida sobre a importância desse movimento, pare e
pense quantas histórias tristes voce já viveu, ou conhece, envolvendo
mortes e ferimentos provocados no trânsito. Se voce – por um alento divino – não tem uma história pessoal, certamente tem amigos próximos ou conhecidos que não tiveram a sua sorte…
Por isso, não podemos negligenciar nem virar as costas para esse
fenômeno. Porque se há algo absolutamente democrático na vida é a
fragilidade e a vulnerabilidade humana. No extenso rol de vítimas da
violência sob rodas encontramos princesas, atletas famosos, artistas
populares e personalidades públicas mundialmente conhecidas que se
igualam com centenas de milhares de anônimos e seus familiares na dor e
na tristeza.
Assim, é preciso que cada um de nós se empenhe para que seja possível
colocar na pauta das ações de governo, da sociedade civil e dos meios
de comunicação o tema trânsito, de forma corriqueira durante todo o ano,
mas, especialmente, durante o mês de maio, funcionando como um
verdadeiro pedido de socorro.
E o que cada um de nós, individualmente ou como integrante de qualquer instituição pública ou privada podemos fazer?
- Em primeiro lugar ter a consciência de que a locomoção das pessoas – seja como pedestre, ciclista, passageiro ou condutor – exige regras de conduta que, em última análise, visam a segurança da circulação e a proteção da vida de cada um de nós.
- Exigir das autoridades públicas da cidade onde vivemos atenção, eficiência e agilidade em suas responsabilidades no trânsito.
- Contribuir com atitudes pessoais que privilegiem a segurança nas ruas e estradas do país.
- Sugerir e promover um calendário de ações públicas de sua instituição e/ou comunidade que estimule e valorize o respeito, a prudência, a atenção e o cuidado no trânsito, priorizando a conscientização de toda a sociedade no lugar da simples repressão.
Tenho a esperança de que o esforço individual de cada um de nós e
coletivo de toda a sociedade, em conjunto com iniciativas das
autoridades comprometidas com a vida, possam contribuir para reverter os
altos índices de mortes e sequelas no trânsito brasileiro.
Precisamos reconhecer que o estado sozinho é impotente. E acreditar
que não será por omissão ou por falta de iniciativa da sociedade civil
que a realidade brasileira no trânsito deixará de ser transformada. Como
diz o slogan da DÉCADA DE AÇÃO PELA SEGURANÇA NO TRÂNSITO 2011 – 2020.
Juntos, podemos salvar milhões de vidas!
Artigo escrito por:
Fernando Pedrosa
Especialista em Prevenção e Segurança no Trânsito
Professor e Coordenador do ICETRAN no estado do Rio de Janeiro
Fernando Pedrosa
Especialista em Prevenção e Segurança no Trânsito
Professor e Coordenador do ICETRAN no estado do Rio de Janeiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário